Uma das coisas que logo que cheguei na Índia me empenhei em fazer foi aprender a comer com a mão.
Já sei o que muitos de vocês estão pensando...uiii que nojo...comer com a mão??
Na Índia grande parte da população, especialmente no sul do país, come com a mão...
Certa vez, numa discussão "talheres" X "mãos" com um amigo indiano , acabei tendo que dar o braço a torcer quando ele argumentou o fato da alimentação ser um ato que envolve 4 sentidos...e que comendo com talheres eliminamos um deles...o tato!
Segundo ele, pior que isto...colocamos entre a boca e a comida um objeto metálico que na sua teoria altera o sabor dos alimentos.
Totalmente convencida de que em Roma faça como os romanos...e na Índia, como os indianos, observando aos demais comecei a comer com a mão (em restaurantes de comida local, é claro...quando ia a um restaurante de comida italiana, francesa, etc, etc, etc comia com talheres)...e assim foi durante dois anos.
O resultado vocês podem conferir (e rir) abaixo...
Obs Video 1: observem os pratos do vídeo - são folhas de bananeiras. Utilizadas habitualmente no sul da Índia como pratos.
Detalhe importante...na Índia assim como em países de cultura muçulmana, se come com a mão direita! A esquerda serve para atividades menos nobres!
Obs Video 2 - observem no video 2 minha amiga indiana do norte Garima comendo com colher!
Vídeo 1 -
Video 2 -
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Índia Índia Índia
É super difícil escrever sobre minha experiência na Índia. E isto se deve basicamente porque a Índia é um país tão complexo que cada vez que penso sobre o que escrever me perco. Me perco no mar de experiências, de vivências, de imagens, de cores, de sabores, de odores e fedores...
Escrevi bastante quando vivia lá, e tenho guardado meu caderninho de anotações com todo o carinho do mundo.
Por isto acho que vou começar pelo começo...puxando meu caderninho e tirando dele os relatos de como foram minhas primeiras impressões...
Este texto escrevi em março de 2006, um mês e uma semana depois de chegar na Índia. Este foi o tempo que demorei para começar a absorver o que estava acontecendo à minha volta...também o tempo que levei pra começar a ver o pedacinho de Índia que me tocou com outros olhos...
02-03-2006
Viemos parar na Índia, mais especificamente em Nagercoil (Tamil Nadu), porque o Jordi recebeu uma proposta para trabalhar na reconstrução do Tsunami. Após um ano em Londres onde eu ralei o côco trabalhando e ele estudando 'Development and Planning', pensamos que o melhor para nós seria embarcar nesta nova aventura e retornar à Ásia.
Minha primeira impressão de Nagercoil foi horrível. Durante dias não conseguia dormir direito. As imagens das ruas empoeiradas, do esgoto a céu aberto, da falta de calçadas, da confusão de carros, auto-rickshaws, caminhões, pessoas, tijolos, lixo, vacas...não me deixavam em paz. Num momento de angústia e talvez devido a alguma cervejinha a mais...me abri com o Jordi e num desabafo alterado e exagerado confessei que Nagercoil era o lugar mais semelhante a um pesadelo que já havia estado...que era horrível, sujo, monótono, feio, etc etc etc...
Ufaaa...depois de ter soltado tudo aquilo, o pobre me olhou apavorado e me comentou suavemente...
'pero cariño, vamos a vivir aqui por 2 años'...e eu respondi...
simmmm...e é exatamente isto que me apavora!
Por favor...sem pânico...gostaria de esclarecer que sim Nagercoil é um espanto... imagino qual seria a reação de alguém que nunca esteve na Ásia antes. Mas é óbvio que eu com meu espírito aventureiro, minha vontade de desbravar o mundo e conhecer novas culturas jamais me espantaria se estivesse somente visitando a cidade, até me pareceria interessante. Agora o problema era o peso de ter que estar aqui neste buraco depois de ter vivido em Floripa, em Barcelona, em Hanoi e em Londres...por DOIS anos.
Bom, resulta que passados dois meses tudo muda de cara e os olhinhos da gente se acostumam com o que primeiramente nos parecia 'inacostumável'.
Não vou negar que sim, Nagercoil é uma cidade pequena, provinciana, sem muita opção de lazer ou trabalho. Mas a região é interessante, as montanhas que rodeiam a cidade são bonitas... nada mais sair do centro encontras verdadeiros mares de coqueiros...
...a praia está a 10km de distância...estamos quase na fronteira com o estado de Kerala, berço da medicina tradicional, mais conhecida como Ayurveda.
Nagercoil está ao lado de Kanyakumari, a ponta mais sul do país, onde a Índia se acaba. Aqui o calor não dá folga...a temperatura mínima não baixa nunca de 24º/25º, e no verão pode chegar a passar dos 40º. Somos brindados duas vezes ao ano pelos monções, que fazem com que as temperaturas baixem e que tudo seja tão verde e majestoso.
Do terraço da minha casa, onde fazemos todas as refeições avisto a mangueiras, bananeiras, coqueiros, árvores de papaia, de jaca, de fruta do conde...pássaros de várias cores, borboletas e esquilos passeiam pelo jardim.
Os templos hindus estão por todas as partes, durante seus dias de celebração são decorados com flores e o movimento de fieis com seus saris e longuis (parêo utilizado pelos homens) dão uma vida especial ao lugar. Sem falar dos elefantes que hora estão nas portas dos templos abençoando aos que se aproximam com sua tromba, hora circulando pela estrada onde ajudam aos madeireiros com seu trabalho.
Pensando bem...Nagercoil não está tão mal...e afinal de contas ...estou na ÍNDIA!!
Escrevi bastante quando vivia lá, e tenho guardado meu caderninho de anotações com todo o carinho do mundo.
Por isto acho que vou começar pelo começo...puxando meu caderninho e tirando dele os relatos de como foram minhas primeiras impressões...
Este texto escrevi em março de 2006, um mês e uma semana depois de chegar na Índia. Este foi o tempo que demorei para começar a absorver o que estava acontecendo à minha volta...também o tempo que levei pra começar a ver o pedacinho de Índia que me tocou com outros olhos...
02-03-2006
a primeira impressão...
Cheguei na Índia no dia 27 de dezembro de 2005, depois de quase 3 meses de férias fantásticas no Brasil...muita comida boa, convivência familiar, rever os amigos...tudo isto fechado com chave de ouro com a celebração do nosso casamento na praia do Rosa...uma festança que durou todo o fim de semana e reuniu nossos melhores amigos e nossas famílias!Viemos parar na Índia, mais especificamente em Nagercoil (Tamil Nadu), porque o Jordi recebeu uma proposta para trabalhar na reconstrução do Tsunami. Após um ano em Londres onde eu ralei o côco trabalhando e ele estudando 'Development and Planning', pensamos que o melhor para nós seria embarcar nesta nova aventura e retornar à Ásia.
Minha primeira impressão de Nagercoil foi horrível. Durante dias não conseguia dormir direito. As imagens das ruas empoeiradas, do esgoto a céu aberto, da falta de calçadas, da confusão de carros, auto-rickshaws, caminhões, pessoas, tijolos, lixo, vacas...não me deixavam em paz. Num momento de angústia e talvez devido a alguma cervejinha a mais...me abri com o Jordi e num desabafo alterado e exagerado confessei que Nagercoil era o lugar mais semelhante a um pesadelo que já havia estado...que era horrível, sujo, monótono, feio, etc etc etc...
Ufaaa...depois de ter soltado tudo aquilo, o pobre me olhou apavorado e me comentou suavemente...
'pero cariño, vamos a vivir aqui por 2 años'...e eu respondi...
simmmm...e é exatamente isto que me apavora!
Por favor...sem pânico...gostaria de esclarecer que sim Nagercoil é um espanto... imagino qual seria a reação de alguém que nunca esteve na Ásia antes. Mas é óbvio que eu com meu espírito aventureiro, minha vontade de desbravar o mundo e conhecer novas culturas jamais me espantaria se estivesse somente visitando a cidade, até me pareceria interessante. Agora o problema era o peso de ter que estar aqui neste buraco depois de ter vivido em Floripa, em Barcelona, em Hanoi e em Londres...por DOIS anos.
Bom, resulta que passados dois meses tudo muda de cara e os olhinhos da gente se acostumam com o que primeiramente nos parecia 'inacostumável'.
Não vou negar que sim, Nagercoil é uma cidade pequena, provinciana, sem muita opção de lazer ou trabalho. Mas a região é interessante, as montanhas que rodeiam a cidade são bonitas... nada mais sair do centro encontras verdadeiros mares de coqueiros...
...a praia está a 10km de distância...estamos quase na fronteira com o estado de Kerala, berço da medicina tradicional, mais conhecida como Ayurveda.
Do terraço da minha casa, onde fazemos todas as refeições avisto a mangueiras, bananeiras, coqueiros, árvores de papaia, de jaca, de fruta do conde...pássaros de várias cores, borboletas e esquilos passeiam pelo jardim.
Os templos hindus estão por todas as partes, durante seus dias de celebração são decorados com flores e o movimento de fieis com seus saris e longuis (parêo utilizado pelos homens) dão uma vida especial ao lugar. Sem falar dos elefantes que hora estão nas portas dos templos abençoando aos que se aproximam com sua tromba, hora circulando pela estrada onde ajudam aos madeireiros com seu trabalho.
Pensando bem...Nagercoil não está tão mal...e afinal de contas ...estou na ÍNDIA!!
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Around the world in 80 TRADES
Os ingleses são realmente incríveis. Em termos de atrevimento em viagens acho que ninguém no mundo ganha deles. Acabo de descobrir o "Around the world in 80 TRADES".
Talvez todo o mundo já conheça este programa, e eu sou o único ser que por não ter tv acabo de descobri-lo. Enfim, mesmo assim como fiquei de boca aberta resolvi escrever...
Conor Woodman era um analista de mercados na City de Londres, cansou da sua vida convencional, mandou tudo as favas, vendeu seu apartamento e saiu pelo mundo com £25.000 (do seu bolso)... e o objetivo de vivenciar na carne como funciona no mundo real o comércio, as vendas e compras de mercadorias nos mercados mais diversos e alguns deles "mais remotos" do mundo.
Talvez todo o mundo já conheça este programa, e eu sou o único ser que por não ter tv acabo de descobri-lo. Enfim, mesmo assim como fiquei de boca aberta resolvi escrever...
Conor Woodman era um analista de mercados na City de Londres, cansou da sua vida convencional, mandou tudo as favas, vendeu seu apartamento e saiu pelo mundo com £25.000 (do seu bolso)... e o objetivo de vivenciar na carne como funciona no mundo real o comércio, as vendas e compras de mercadorias nos mercados mais diversos e alguns deles "mais remotos" do mundo.
Com a mochila nas costas ( e a BBC de apoio) Conor saiu de Londres cruzou a África e a Ásia e aterrizou no México e no Brasil. Durante toda a viagem ele vai comprando e vendendo produtos locais, levando-os de um país para o outro...café da Zambia pra África do Sul, vinho da África do Sul pra China...tequila do México pro Brasil, pedras preciosas, cavalos, peixes, chá.
A viagem dele é alucinante... e as negociações comerciais super interessantes, algumas dão certo e outras tantas dão errado. Ele passa por 16 países e acaba sua viagem de volta em Londres com algo que leva do Brasil pra vender lá.
Vale a pena conferir!
Fico animadíssima quando encontro algum programa televisivo que foge um pouco do b.a.ba de sempre...os programas de viagens convencionais sao muito chatos. Quem tem paciência pra ficar na frente da tv vendo imagens da torre Eiffel??
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Riads
Como já tinha comentado na postagem anterior Riad é o nome que se dá às casas tradicionais da Medina em Marrakesh.
Nos últimos anos a palavra Riad virou uma espécie de sinônimo para "hotel com encanto". Isto se deve a que muitos Riads estão sendo restaurados para se transformarem em pequenos hoteis escondidos nas laberínticas ruelas da Medina de Marrakesh.
O que nos hospedamos se chamava Dar Balthazar (www.darbalthazar.fr), Balthazar com referência a um dos três Reis Magos, o que está associado ao continente africano (para quem não lembra!).
Foi surpreendente chegar no Riad...o lugar era mágico! Com apenas quatro quartos, e cada um deles nomeado e decorado de acordo com um rei mago; Balthazar-Africa, Gaspar-Asia, Melchior-Europa, e o último com nome de Artabán, personagem fictício do conto The Other Wise Man (O outro rei mago), escrito em 1896 por Henry van Dyke.
Todos os quartos têm sacada, que dão ao pátio interior da casa de dois andares, fazendo com que o espaço adquira uma atmosfera íntima e idílica.
Ficamos na Suite Gaspar, decorada com quadros, tecidos e detalhes provenientes da Ásia. Todas as manhãs quando acordávamos tinhamos o café da manhã servido na nossa sacada...hummmm, delícia! Suco de laranja natural, pão caseiro e geléias também feitas em casa. Tudo preparado na hora pelos nossos cordiais anfitriões, que falavam árabe e francês, como todas as pessoas com boa educação em Marrakesh. Nadia e Brahim foram impecáveis, nos ajudaram em tudo o que foi necessário e eram ambos discretíssimos. Nos sentimos como se estivessemos em casa.
Tudo isto pelo módico preço de 53€ a noite!!
Marrakesh, destino recomendadíssimo para quem gosta de lugares exóticos, bons preços e toques irresistíveis de charme...sem falar nas maravilhosas massagens dos Hammams (também conhecido como banho turco, o hammam é um lugar com sauna húmida, duchas e geralmente rituais de beleza, utilizado para limpar-se e também para se relaxar. Os hammans têm um importante papel nas culturas do norte da África e do Oriente Médio, onde foram e continuam sendo usados como pontos de reunião social, ritual de higiene e também como elementos arquitectônicos*).
O hammam que eu fui era divino! Só o nome já valia a pena...Hammam 1001 noites (www.Hammam 1001Nuits.com).
Durante duas horas me entreguei totalmente as mãos de Habiba, a senhora que me acompanhou desde o início...
1º me solicitou que entrasse na ducha, me embadurnou de azeites medicinais, me jogou dentro da sauna húmida...uns minutos depois me chamou para uma salinha intermediária onde me esfoliou todo o corpo, do dedo do pé até a cabeça...me untou de barro e me disse que entrasse novamente na sauna.
Depois de uns 10 ou 15 minutos dissorando, Habiba novamente me retirou da sauna, me acompanhou à ducha, me alcançou um roupão e docilmente me acompanhou a uma sala de relax...em poucos minutos estava eu estirada enrolada no roupão...com um chá marroquino fumegante e híper doce nas mãos.
Não satisfeita com todo este ritual...tinha mais... uma vez acabado o chá, Habiba me pediu que subisse as escadas e me dirigisse a sala de massagens! 1 hora de massagem! Que luuuuxo...
Só pra completar minha fantástica estadia em Marrakesh, o que me fez defini-la como "destino perfeito para umas férias com as amigas" ... saindo do hammam, totalmente flutuando, adentrei o laberinto de ruas minúsculas do Zoco (mercado árabe), na Medina e me deixei levar pelo efervecente e interminável mercado a céu aberto...cultura, culinária, massagens e compras...viva Marrakesh!!!
*Wikipedia
Nos últimos anos a palavra Riad virou uma espécie de sinônimo para "hotel com encanto". Isto se deve a que muitos Riads estão sendo restaurados para se transformarem em pequenos hoteis escondidos nas laberínticas ruelas da Medina de Marrakesh.
O que nos hospedamos se chamava Dar Balthazar (www.darbalthazar.fr), Balthazar com referência a um dos três Reis Magos, o que está associado ao continente africano (para quem não lembra!).
Foi surpreendente chegar no Riad...o lugar era mágico! Com apenas quatro quartos, e cada um deles nomeado e decorado de acordo com um rei mago; Balthazar-Africa, Gaspar-Asia, Melchior-Europa, e o último com nome de Artabán, personagem fictício do conto The Other Wise Man (O outro rei mago), escrito em 1896 por Henry van Dyke.
Todos os quartos têm sacada, que dão ao pátio interior da casa de dois andares, fazendo com que o espaço adquira uma atmosfera íntima e idílica.
Ficamos na Suite Gaspar, decorada com quadros, tecidos e detalhes provenientes da Ásia. Todas as manhãs quando acordávamos tinhamos o café da manhã servido na nossa sacada...hummmm, delícia! Suco de laranja natural, pão caseiro e geléias também feitas em casa. Tudo preparado na hora pelos nossos cordiais anfitriões, que falavam árabe e francês, como todas as pessoas com boa educação em Marrakesh. Nadia e Brahim foram impecáveis, nos ajudaram em tudo o que foi necessário e eram ambos discretíssimos. Nos sentimos como se estivessemos em casa.
Tudo isto pelo módico preço de 53€ a noite!!
Marrakesh, destino recomendadíssimo para quem gosta de lugares exóticos, bons preços e toques irresistíveis de charme...sem falar nas maravilhosas massagens dos Hammams (também conhecido como banho turco, o hammam é um lugar com sauna húmida, duchas e geralmente rituais de beleza, utilizado para limpar-se e também para se relaxar. Os hammans têm um importante papel nas culturas do norte da África e do Oriente Médio, onde foram e continuam sendo usados como pontos de reunião social, ritual de higiene e também como elementos arquitectônicos*).
O hammam que eu fui era divino! Só o nome já valia a pena...Hammam 1001 noites (www.Hammam 1001Nuits.com).
Durante duas horas me entreguei totalmente as mãos de Habiba, a senhora que me acompanhou desde o início...
1º me solicitou que entrasse na ducha, me embadurnou de azeites medicinais, me jogou dentro da sauna húmida...uns minutos depois me chamou para uma salinha intermediária onde me esfoliou todo o corpo, do dedo do pé até a cabeça...me untou de barro e me disse que entrasse novamente na sauna.
Depois de uns 10 ou 15 minutos dissorando, Habiba novamente me retirou da sauna, me acompanhou à ducha, me alcançou um roupão e docilmente me acompanhou a uma sala de relax...em poucos minutos estava eu estirada enrolada no roupão...com um chá marroquino fumegante e híper doce nas mãos.
Não satisfeita com todo este ritual...tinha mais... uma vez acabado o chá, Habiba me pediu que subisse as escadas e me dirigisse a sala de massagens! 1 hora de massagem! Que luuuuxo...
Só pra completar minha fantástica estadia em Marrakesh, o que me fez defini-la como "destino perfeito para umas férias com as amigas" ... saindo do hammam, totalmente flutuando, adentrei o laberinto de ruas minúsculas do Zoco (mercado árabe), na Medina e me deixei levar pelo efervecente e interminável mercado a céu aberto...cultura, culinária, massagens e compras...viva Marrakesh!!!
*Wikipedia
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Curso de Culinária - Marrakesh
Na minha opinião nada melhor que fazer uma atividade corriqueira quando viajando.
Pensei que cozinhar em Marrakesh, além de aprender alguns dos segredos das delícias locais, me ajudaria a entender um pouco mais sobre os marrakeshis (será que se diz assim??).
A experiência foi fantástica! Passamos todo o dia, na compania de Edwina (www.riadmerdoudi.com), uma super simpática senhora australiana e sua equipe marroquina.
Edwina vive há muito tempo em Marrakesh e nos contou várias histórias e causos sobre os hábitos gastronômicos locais, entre outras fofoquinhas.
Muhamed, seu fiel escudeiro nos deu uma aula relâmpago de árabe e nos levou para o mercado para comprar os ingredientes e praticar nosso mais novo vocabulário...
"salam-a-lecum, a fak atini zugg dindjal "
(= bom dia, por favor 2 berinjelas)
"shokram"
(= obrigada)
"anajei, bes-salama"
(voltarei, até logo)
Fizemos o que nos foi possível comprando em árabe, e causamos incessáveis ataques de riso nos vendedores de frango,verduras
e especiarias!
A aula de culinária foi no Riad da Edwina, onde ela também recebe hóspedes e organiza excursões.
Riad é o nome que se dá as casas típicas da Medina em Marrakesh, se hospedar num deles é sem dúvida a melhor maneira de experimentar o verdadeiro espírito da cidade antiga (mais detalhes e fotos sobre os Riads na próxima postagem!!!).
De volta ao Riad, passamos o resto do dia preparando delícias, jogando conversa fora e nos deliciando com o cardápio elaborado:
* frango ao limão(foto ao lado)
* couscous com legumes e castanhas de cajú
* omelete berebere (foto abaixo)
* geléia picante de tomate
* salada de beringela
* folhados de romã com mel e frutos secos
* chá marroquino
Pensei que cozinhar em Marrakesh, além de aprender alguns dos segredos das delícias locais, me ajudaria a entender um pouco mais sobre os marrakeshis (será que se diz assim??).
A experiência foi fantástica! Passamos todo o dia, na compania de Edwina (www.riadmerdoudi.com), uma super simpática senhora australiana e sua equipe marroquina.
Edwina vive há muito tempo em Marrakesh e nos contou várias histórias e causos sobre os hábitos gastronômicos locais, entre outras fofoquinhas.
"salam-a-lecum, a fak atini zugg dindjal "
(= bom dia, por favor 2 berinjelas)
"shokram"
(= obrigada)
"anajei, bes-salama"
(voltarei, até logo)
Fizemos o que nos foi possível comprando em árabe, e causamos incessáveis ataques de riso nos vendedores de frango,verduras
e especiarias!
A aula de culinária foi no Riad da Edwina, onde ela também recebe hóspedes e organiza excursões.
De volta ao Riad, passamos o resto do dia preparando delícias, jogando conversa fora e nos deliciando com o cardápio elaborado:
* couscous com legumes e castanhas de cajú
* omelete berebere (foto abaixo)
* geléia picante de tomate
* salada de beringela
* folhados de romã com mel e frutos secos
* chá marroquino
Chá Marroquino
* 1 colher (sopa) de chá verde (em folha)
* 1 punhadão de menta (bem grande)
* 1 punhadão de malva
* 1 punhadão de verbena
* açúcar a gosto (o chá marroquino tradicionalmente se serve bem doce)
* 1 litro de água
Ferva metade da água e coloque de molho nela o chá verde. Depois de 5 minutos jogue fora a água e conserve as folhas.
Acrescente o resto da água (já quente) às folhas de chá verde já lavadas.
Adicione o resto das folhas (verbena, menta, malva) e ferva numa chaleira até as folhas subirem à superficie.
Uma vez na superficie, pague o fogo. Acrescente o açúcar e sirva o chá já doce!
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Estreando a sessão "Filmes de dar água na boca": Julie & Julia
Quem não ficou morrendo de fome e completamente apaixonado por Julia Child depois de ver Julie &Julia, que atire a primeira pedra!
O filme é delicioso em todos os sentidos e deixa a qualquer telespectador com água na boca.
Nada mais acabar a sessão entrei na internet para pesquisar sobre Julia Child, e evidentemente comprei na mesma hora o tal famoso livro descrito no filme: "Mastering the art of french cooking"(Tornando-se especialista na arte da cozinha francesa).
Tenho que confessar que apesar de ser uma "friki" das panelas e da boa mesa, a cozinha francesa nunca me atraiu, estou falando em termos de eu mesma botando a mão na massa. Ou seja, nunca me interessei em aprender a cozinhar pratos típicos franceses, a não ser os básicos que já estão introduzidos na culinária brasileira como se fosse algo nosso. Ex: molho branco, souflé, maionese, etc etc etc
Bom, Julia Child acaba de abrir um novo capítulo na minha cozinha..."la cuisine française".
Com o livro, que é gigante, na mão...já comecei a me aventurar por suas páginas...e a primeira coisa que saiu foi "Coq au Vin".
Ficou uma delícia, mas confesso que fiz uma série de mudanças na receita e o prato se transformou num "Coq au Vin Camilesco".
...mais voilá, bon appétit!!
O filme é delicioso em todos os sentidos e deixa a qualquer telespectador com água na boca.
Nada mais acabar a sessão entrei na internet para pesquisar sobre Julia Child, e evidentemente comprei na mesma hora o tal famoso livro descrito no filme: "Mastering the art of french cooking"(Tornando-se especialista na arte da cozinha francesa).
Tenho que confessar que apesar de ser uma "friki" das panelas e da boa mesa, a cozinha francesa nunca me atraiu, estou falando em termos de eu mesma botando a mão na massa. Ou seja, nunca me interessei em aprender a cozinhar pratos típicos franceses, a não ser os básicos que já estão introduzidos na culinária brasileira como se fosse algo nosso. Ex: molho branco, souflé, maionese, etc etc etc
Bom, Julia Child acaba de abrir um novo capítulo na minha cozinha..."la cuisine française".
Ficou uma delícia, mas confesso que fiz uma série de mudanças na receita e o prato se transformou num "Coq au Vin Camilesco".
...mais voilá, bon appétit!!
- Receita de Coq au Vin Camilesco:
* 4 peitos de frango cortado em cubos
* 2 cubos de caldo de frango
* 2 colheres de azeite de oliva
* sal e pimenta a gosto
* vagem, cenoura, champinhom (2 tipos diferentes) - a gosto (eu coloquei bastante pois gosto do prato com bastante legumes)
* 1 cebola grande cortada em quadrados
* 1 colher de sopa de açúcar
* 2 copos (tamanho requeijão) de vinho tinto
* manjericão (seco) a gosto
* tomate (natural) picado (uma lata)
* manjericão (seco) a gosto
* tomate (natural) picado (uma lata)
Fritar o frango no azeite de oliva acrescentando o sal, a pimenta e o açúcar.
Quando estiver levemente dourado, acrescentar a cebola e os cubos de caldo.
Em seguida,acrescentar legumes, tomate, o manjericão. Mexer um pouco.
Finalmente se adiciona o vinho. Tapar e cozinhar a fogo lento por 45 min.
Finalmente se adiciona o vinho. Tapar e cozinhar a fogo lento por 45 min.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Pra lá de Marrakesh!
Um mês antes de me mudar de Mallorca pra Quito estive em Marrakesh. Há anos queria visitar a cidade mas nunca tinha a oportunidade...então em setembro fui presenteada pelo maridão, em comemoração aos meus 3.4, com uma escapada à exótica e deliciosa "Cidade Vermelha" (em árabe Medina Al-Ham'rá), mais conhecida como Marrakesh.
Chegamos no final do Ramadã...e pra dizer a verdade fomos recebidos com um pouco de hostilidade. Acredito que era fome e sede, que durante o dia provavelmente assolava os comerciantes. Sem comer nem beber nada desde que o sol nasce até a hora em que o mesmo se põe, com razão ficavam cheios do saco de atender os que em teoria seriam possíveis clientes, mas com o estômago vazio se transformavam num bando de turistas chatos e impertinentes.
No segundo dia na cidade o Ramadã se acabou e a comilança e animação começou! Ebaaaa...só de lembrar me dá água na boca.
Foi uma loucura ver a praça Djemaa el Fna, o centro neurálgico da Medina (parte antiga da cidade), se transformar numa festa animadíssima com barraquinhas de comida e bebida por todos lados além de teatro, música, encantadores de serpentes, amestradores de macacos, etc etc etc...esta noite ficamos horas passeando pela enorme praça de um lado ao outro, indo de uma barraca de kebab a uma de tâmaras, de uma roda de teatro de rua à uma de música berbere.
A comida marroquina é uma delícia! Provei um monte de coisas fantásticas, mas alguma das coisas mais típicas são os chamados "Tajine", que nada mais é que uma carne temperada com diferentes especiarias (seja ovelha ou frango) feito numa panela rasa de barro com uma tampa em forma de cone, e também o couscous (se pronuncia cuscús)...mas não tem nada a ver com o cuscús brasileiro. O couscous marroquino, também consumido na Argelia, é feito de sêmola de trigo. Se prepara mais ou menos como o arroz e se come como o mesmo, acompanhando carnes ou verduras. (veja foto abaixo)
Outra delícia local são as "Pastillas". Vocês já comeram doce árabe? Aqueles com a massa folhada bem fininha? Pois então, a pastilla é um crepe feito desta massa folhada bem fininha, recheado de frango ou ovelha, preparado com especiarias e frutos secos e coberto com açúcar e canela...hummmmmm!! LOUCURA!
De tanto falar (e ver as fotos...) em couscous, tajine, pastilla, tâmaras...me abriu o apetite! Vou preparar alguma coisa pra comer!
Na próxima postagem seguimos em Marrakesh:
"Curso de Cozinha" com direito a compras dos imgredientes no mercado local e em árabe...e mãos à obra!
Chegamos no final do Ramadã...e pra dizer a verdade fomos recebidos com um pouco de hostilidade. Acredito que era fome e sede, que durante o dia provavelmente assolava os comerciantes. Sem comer nem beber nada desde que o sol nasce até a hora em que o mesmo se põe, com razão ficavam cheios do saco de atender os que em teoria seriam possíveis clientes, mas com o estômago vazio se transformavam num bando de turistas chatos e impertinentes.
No segundo dia na cidade o Ramadã se acabou e a comilança e animação começou! Ebaaaa...só de lembrar me dá água na boca.
Foi uma loucura ver a praça Djemaa el Fna, o centro neurálgico da Medina (parte antiga da cidade), se transformar numa festa animadíssima com barraquinhas de comida e bebida por todos lados além de teatro, música, encantadores de serpentes, amestradores de macacos, etc etc etc...esta noite ficamos horas passeando pela enorme praça de um lado ao outro, indo de uma barraca de kebab a uma de tâmaras, de uma roda de teatro de rua à uma de música berbere.
(vejam o vídeo: Música Berbere-Praça Djemaa el Fna)!
A comida marroquina é uma delícia! Provei um monte de coisas fantásticas, mas alguma das coisas mais típicas são os chamados "Tajine", que nada mais é que uma carne temperada com diferentes especiarias (seja ovelha ou frango) feito numa panela rasa de barro com uma tampa em forma de cone, e também o couscous (se pronuncia cuscús)...mas não tem nada a ver com o cuscús brasileiro. O couscous marroquino, também consumido na Argelia, é feito de sêmola de trigo. Se prepara mais ou menos como o arroz e se come como o mesmo, acompanhando carnes ou verduras. (veja foto abaixo)
Outra delícia local são as "Pastillas". Vocês já comeram doce árabe? Aqueles com a massa folhada bem fininha? Pois então, a pastilla é um crepe feito desta massa folhada bem fininha, recheado de frango ou ovelha, preparado com especiarias e frutos secos e coberto com açúcar e canela...hummmmmm!! LOUCURA!
De tanto falar (e ver as fotos...) em couscous, tajine, pastilla, tâmaras...me abriu o apetite! Vou preparar alguma coisa pra comer!
Na próxima postagem seguimos em Marrakesh:
"Curso de Cozinha" com direito a compras dos imgredientes no mercado local e em árabe...e mãos à obra!
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
GastroNômada
Aqui estou... em Quito, no Equador...
O nome GastroNômade surgiu em Mallorca, há exatamente dois anos. A idéia veio da minha cunhada, que conhece bem minhas duas paixões (além do irmão dela, é claro), a gastronomia e as viagens.
Tenho passado os últimos anos da minha vida assim, cozinhando e viajando...e comendo evidentemente. Comecei a trajetória em Barcelona, há mais de 10 anos atrás.
Bem, na verdade minha paixão pelas viagens começou muito antes disto... em 1994 talvez foi quando este amor foi tomando forma durante uma viagem para estudar na Itália seguida de uma aventura com a mochila nas costas pelas redondezas...
...mas anos antes, durante minha tenra infância no Colégio Centenário em Santa Maria/RS, minha terra natal, a "tia" Ivete, professora de história, já despertava minha curiosidade contando sobre o antigo Egito, as aventuras e conflitos na Pérsia ou nossos antepassados indígenas na época de um Brasil ainda "não descoberto".
Lembro também de viajar longe com um livro enorme que meu pai me deu chamado " Os Últimos Mistérios do Mundo". Este livro me levou aos Totens de Rapa Nui, me mostrou o mundo perdido dos Incas e Maias e me fez refletir sobre enigmas como os do Eldorado ou da desaparecida Atlântida.
A relação com as panelas também começou em casa. Meus pais são excelentes cozinheiros e formam uma ótima equipe, meu pai se encarrega dos salgados e minha mãe manda ver na sobremesa. Na casa das minhas avós o fogão também estava sempre fumegando...seja preparando um mocotó ou uma ambrosia, ou fazendo pão, nhoque ou o alemão klês. Os aromas e sensações mágicas de transformar farinha e ovos num bolo cheiroso e gostoso me acompanham definitivamente desde cedo.
Quero compartilhar aqui minhas vivências e comilanças viajando pelos quatro cantos do mundo. As estórias não serão cronológicas pois quero contar experiências que tive em outros lugares por onde passei, morei e cozinhei...como a Índia, o Vietnã, Marrocos, Tailândia, etc etc etc...
O nome GastroNômade surgiu em Mallorca, há exatamente dois anos. A idéia veio da minha cunhada, que conhece bem minhas duas paixões (além do irmão dela, é claro), a gastronomia e as viagens.
Tenho passado os últimos anos da minha vida assim, cozinhando e viajando...e comendo evidentemente. Comecei a trajetória em Barcelona, há mais de 10 anos atrás.
Bem, na verdade minha paixão pelas viagens começou muito antes disto... em 1994 talvez foi quando este amor foi tomando forma durante uma viagem para estudar na Itália seguida de uma aventura com a mochila nas costas pelas redondezas...
...mas anos antes, durante minha tenra infância no Colégio Centenário em Santa Maria/RS, minha terra natal, a "tia" Ivete, professora de história, já despertava minha curiosidade contando sobre o antigo Egito, as aventuras e conflitos na Pérsia ou nossos antepassados indígenas na época de um Brasil ainda "não descoberto".
Lembro também de viajar longe com um livro enorme que meu pai me deu chamado " Os Últimos Mistérios do Mundo". Este livro me levou aos Totens de Rapa Nui, me mostrou o mundo perdido dos Incas e Maias e me fez refletir sobre enigmas como os do Eldorado ou da desaparecida Atlântida.
A relação com as panelas também começou em casa. Meus pais são excelentes cozinheiros e formam uma ótima equipe, meu pai se encarrega dos salgados e minha mãe manda ver na sobremesa. Na casa das minhas avós o fogão também estava sempre fumegando...seja preparando um mocotó ou uma ambrosia, ou fazendo pão, nhoque ou o alemão klês. Os aromas e sensações mágicas de transformar farinha e ovos num bolo cheiroso e gostoso me acompanham definitivamente desde cedo.
Quero compartilhar aqui minhas vivências e comilanças viajando pelos quatro cantos do mundo. As estórias não serão cronológicas pois quero contar experiências que tive em outros lugares por onde passei, morei e cozinhei...como a Índia, o Vietnã, Marrocos, Tailândia, etc etc etc...
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